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Elas se reinventaram com a maternidade – e amam as novas vidas

Cada uma à sua maneira, Melissa e Gil reavaliaram as prioridades depois do nascimento dos filhos. Conheça as histórias das duas

Por Raquel Drehmer
10 Maio 2017, 19h00

Não existe como a vida ser a mesma depois que uma mulher se torna mãe. Por mais que com o fim da licença maternidade volte a rotina de trabalho e horários, a existência daquele novo serzinho, tão dependente quanto amado e lindo, muda a organização dos compromissos, a forma como os dias são encarados e, naturalmente, as prioridades.

Algumas mulheres, nesse momento, promovem ainda mais mudanças na vida. Não conseguem encontrar sentido nas funções que exerciam antes e decidem mudar tudo. Como é necessário parar um pouco para encontrar um novo caminho a seguir, o apoio da família é indispensável para que o plano dê certo.

A redatora Melissa Giorgetti, mãe dos gêmeos Isadora e Miguel (de 3 anos), e a artista digital Gil Bastos, mãe de Maria Beatriz (de 5 anos), conseguiram promover reviravoltas em suas vidas e nos contaram como foi e como é. Acompanhe os relatos.

 

Melissa Giorgetti: “Olho para minhas unhas e gargalho lembrando do meu passado de blogueira de esmaltes”

(Melissa Giorgetti/Arquivo Pessoal)

“Antes de ser mãe, eu trabalhava em agências de publicidade, com rotinas bem puxadas. Em paralelo, escrevia um blog de esmaltes para mulheres alérgicas, como eu, e esmaltava as unhas toda semana. Sempre fui muito vaidosa, do tipo que ia maquiada até a padaria.

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Sonhava ser mãe, mas nunca pensei em parar de trabalhar para cuidar dos filhos. Quando descobri que estava grávida de gêmeos, algo mudou. Pensei em como seria difícil confiar meus filhos a alguém. À medida que a barriga crescia, me via mais e mais inclinada a ficar em casa com meus filhos. Foi o que fiz.

Isadora e Miguel nasceram de 9 meses. Amamentei-os exclusivamente até os seis meses, como sonhava e achava necessário, e eles só pararam com um ano e quatro meses, porque quiseram. Não teria sido possível se eu trabalhasse fora.

Desde que eles nasceram, minha vida se transformou completamente, e eu também. As prioridades são outras. Olho para minhas unhas e gargalho lembrando do meu passado de blogueira de esmaltes. Hoje, se esmalto as unhas uma vez por mês é muito. Voltei a trabalhar depois de nove meses, de leve e em home office. Estou bem feliz com o que faço, sou redatora e tenho disciplina para trabalhar em casa.

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Não é fácil produzir menos e ME produzir menos. Não é nada fácil viver correndo, me olhar no espelho e ver que ainda não me resgatei totalmente. É muito mais puxado que qualquer trabalho que já fiz. Mas o que recebo em troca é de transbordar o coração de tanto amor e felicidade. É uma vida mais difícil, mas mais feliz. É a vida que eu escolhi.

 

Gil Bastos: “Meu trabalho é madrugada adentro, mas muito mais feliz do que eu poderia imaginar”

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(Divulgação/Divulgação)

“Passei 20 anos trabalhando com marketing. Antes de ser mãe, já como executiva, cheguei a ter a rotina de trabalhar uma semana em Miami e uma em São Paulo. Engravidei de Maria Beatriz depois de seis fertilizações in vitro fracassadas; ela foi a sétima. Quando a quinta deu errado, percebi que precisava mudar. Abandonei a ponte aérea, diminuí o ritmo.

Depois que ela nasceu, parti para um negócio próprio. Abri uma empresa de marketing com um sócio e trabalhava em meio período. Mas não dava certo. O whatsapp piscava, os emails chegavam no horário em que eu deveria me dedicar à minha filha. Vendi minha parte na sociedade e nos mudamos para o interior de SP, onde meu marido já trabalhava.

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Passei um ano dedicada à maternidade e pensando em que rumo dar para a minha vida. Como fui mãe aos 40 anos, aquela sede por viagens e descobertas já tinha passado. A arte digital surgiu porque montei um ateliê em casa para brincarmos, pintarmos, contarmos historinhas. Descobri meu lado artista graças a ser mãe.

Às vezes é bem cansativo, porque só começo a trabalhar depois que ela vai dormir, às 20h30. Meu trabalho é madrugada adentro, mas muito mais feliz do que eu poderia imaginar.

Hoje tenho muito orgulho da vida que temos, e principalmente da criança que Maria Beatriz se tornou graças às escolhas que fiz. Ela recebe toda a dedicação da mãe, mas não é uma menina dependente e mimada. Isso já vale tudo.

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