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Como foi descobrir que o meu filho tinha Síndrome de Down

Qual seria sua reação se soubesse que o seu filho tem essa síndrome genética? Confira o relato de uma mãe que conta como foi receber o diagnóstico.

Por Luísa Massa
Atualizado em 21 mar 2017, 14h21 - Publicado em 20 abr 2015, 10h50

Ingrid Câmara Barros, 34 anos, é mãe do Nicollas, de 13 anos, e do Alexandre, de 2 anos e 10 meses, administradora de empresas e idealizadora do Instagram 21 Motivos Para Sorrir. Aqui, ela conta o que passou na sua cabeça quando descobriu que o seu filho tinha Síndrome de Down. Veja!

“A gravidez do meu segundo filho foi muito tranquila. Durante os nove meses, fui bem acompanhada, fiz todos os exames de rotina e estava tudo certo para a chegada do meu Alexandre. No dia 09/05/2014, nosso pequeno decidiu vir ao mundo. Entrei em trabalho de parto na madrugada, corremos para o hospital e ele nasceu às 9h00, pesando 2,990 kg. Tudo estava bem, mas no dia seguinte, eu e meu marido recebemos a notícia de que o Alexandre apresentava algumas características semelhantes à Síndrome de Down.

Fiquei muito assustada com a notícia, meu mundo desmoronou e o que eu mais senti naquele momento foi medo. A nova situação causava insegurança em mim, eu não sabia ao certo o que aquilo representava – quais as consequências que a Síndrome traria para a vida do meu filho, se ele poderia sofrer ou vir a ter algum outro problema de saúde. Tudo o que eu estava vivendo era totalmente novo e desconhecido, por isso, fui invadida pelo medo. O exame que confirmaria se o meu filho realmente tinha Síndrome de Down foi realizado ainda no hospital, mas tivemos que aguardar cerca de 40 dias para recebermos a confirmação.

Esse período de espera foi complicado. Foram dias muito intensos – existia felicidade, medo, ansiedade e, ao mesmo tempo, muita aprendizagem e uma troca valiosa entre nós. Meu marido esteve firme durante todo esse tempo, ele me apoiou, me deu forças e me preparou muito para o resultado. Foi ele quem me reergueu quando eu estava prestes a desmoronar. Naqueles dias, aproveitei para ler muito e pesquisar a respeito da Síndrome de Down. Nós também havíamos decidido não contar nada a ninguém até recebermos a confirmação.

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E então o grande dia chegou e foi confirmado que o Alexandre era portador da Síndrome de Down. Para mim, o diagnóstico já não era mais um susto, mas um caminho a ser percorrido com muita aprendizagem e amor. Nosso filho passou por muitos exames que detectaram que ele não tinha nenhuma alteração de saúde, apenas um cromossomo a mais. Com o apoio de nossas famílias e na força que encontramos um no outro, descobrimos que isso não significava nada. Quando se tem amor e esperança, tudo se resolve.

O Lele é uma criança como todas as outras. Ele acompanha normalmente com um pediatra e também com outros profissionais: a fisioterapeuta e fonoaudióloga para que ele receba toda a estimulação que precisa. Desde que me descobri mãe de um filho com Síndrome de Down, comecei a aprofundar no assunto. Leio muito, converso com os médicos e tiro todas as minhas dúvidas para poder passar todas essas informações para ele. Também foi nesse momento que tive a ideia de criar o Instagram 21 Motivos Para Sorrir, com o objetivo de unir os pais que passam pela mesma situação para que possamos trocar ideias. O que eu realmente desejo mostrar a todos é que uma pessoa com Síndrome de Down pode viver normalmente. Tudo isso tem sido muito gratificante! É tão bom ver e sentir que existem pessoas que são livres de preconceito, que nos apoiam e nos incentivam a continuar mostrando o que vivenciamos e o quanto aprendemos com o pequeno. Alguém com Síndrome de Down merece ser respeitado e amado como todos os outros, afinal, a única diferença que existe é um cromossomo a mais! Filho, eu só quero que você saiba que a mamãe, o seu irmão Nic e o papai agradecemos imensamente todos os dias por termos essa linda missão de cuidar e amar você. Obrigada por fazer nossos dias mais felizes!”

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