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Acreditar em Papai Noel pode afetar a relação entre pais e filhos

Segundo estudo publicado na The Lancet Psychiatry, os pequenos podem sentir que o vínculo de confiança foi abalado ao descobrir que a figura não existe.

Por Luísa Massa
28 nov 2016, 16h01

Com a aproximação das datas festivas de fim de ano, muitos pais ficam em dúvida se devem incentivar os pequenos a acreditar em personagens simbólicos como o Papai Noel. Entretanto, um estudo que será publicado em dezembro na revista científica The Lancet Psychiatry, do Reino Unido, aponta que ao ter esse tipo de comportamento, os cuidadores podem acabar influenciando as crianças negativamente.

Segundo os pesquisadores, o problema está na mentira. Por mais que sejam coisas relativamente simples e até divertidas, ao descobrir que essas figuras não existem, os filhos podem sentir que a relação de confiança com os pais foi abalada.

Para Kathy McKay, psicóloga e coautora do estudo, os pais devem tomar cuidado: “O mito do Papai Noel é uma mentira tão envolvida, tão duradoura entre pais e filhos, que se essa relação é vulnerável, essa pode ser a última gota d’água. Se os pais podem mentir (de maneira) tão convincente e durante tanto tempo, sobre o que mais eles podem mentir?”, questionou.

Já Chris Boyle, psicólogo e autor principal da pesquisa, tem uma opinião mais flexível: “Eu não estou planejando passar pelas ruas de Exeter deixando folhetos através das portas”, brincou. Ele revelou, ainda, que provavelmente iria continuar com a história de faz de conta se tivesse filhos. Apesar disso, o especialista reforçou que o problema maior é quando os pais estão sob pressão e relacionam o Papai Noel como castigo para o mau comportamento, usando a figura para controlar as crianças.

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E já que não é real, por qual motivo a sociedade ainda perpetua esses mitos? Para os estudiosos, isso acontece porque as pessoas têm propensão a serem conformistas, mesmo quando o comportamento não é lógico. Outra resposta apontada é o fato de que os adultos têm anseio de fugir da realidade por meio da fantasia. “Estamos tentando retomar os dias de glória como crianças”, completou Boyle.

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