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Por que o teste do pezinho é tão importante para a saúde do bebê

Conheça os diferentes tipos do exame que podem ser realizados e as doenças que eles detectam.

Por Luísa Massa
Atualizado em 26 out 2023, 09h24 - Publicado em 6 jun 2018, 18h02

O teste do pezinho é um exame de prevenção fundamental para a saúde da criança, pois garante que doenças raras sejam detectadas precocemente e o tratamento adequado iniciado o quanto antes. Por esse motivo, o procedimento deve ser realizado e um período específico: a partir do terceiro dia de vida do bebê e até no máximo no quinto dia após o nascimento.

“É importante que ele seja feito o mais rápido possível porque, com o diagnóstico em mãos, a criança deve receber o tratamento logo. Os pais precisam sair do hospital sabendo se o teste foi feito ou se eles devem procurar uma Unidade Básica de Saúde para realizá-lo”, explica Sônia Hadachi, supervisora do Laboratório do Serviço de Triagem Neonatal da APAE de São Paulo, que é pioneira e referência na triagem neonatal desde 1976.

A coleta do exame é bem simples: basta uma gotinha de sangue retirada do calcanhar do bebê. O resultado demora cerca de sete dias para ficar pronto e, no Estado de São Paulo, 64% das análises ficam a cargo do laboratório da APAE/SP. A organização possui parceria com maternidades privadas e é responsável pelo teste básico oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Quando o resultado não apresenta alterações, ele já vai para o site ou para o correio. Quando surge algo diferente, nem sempre significa o positivo de uma doença. Nesse caso, a gente pede para que outra coleta seja realizada para ter a confirmação”, afirma Sônia.

E os bebês prematuros?

As crianças que nasceram antes das 37 semanas de gestação podem ser submetidas ao teste do pezinho, mas normalmente elas precisam fazer mais de uma coleta. “O bebê prematuro deve repetir o exame com 120 dias de vida e, caso tenha recebido transfusão de sangue, 120 após a data da última transfusão”, esclarece a supervisora da APAE de São Paulo.

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Quais doenças são detectadas?

Obrigatório e gratuito em todo o território nacional desde 1992, o exame básico atualmente identifica seis enfermidades:

  • Fenilcetonúria: causada pela ausência ou diminuição da atividade de uma enzima que quebra a fenilalanina em tirosina, o que pode levar a um quadro clínico de deficiência intelectual;
  • Hipotireodismo congênito: decorrente da falta ou produção insuficiente de hormônios da tireoide que são essenciais para o desenvolvimento neurológico;
  • Deficiência de biotinidase: impede que a vitamina biotina, presente nos alimentos, seja aproveitada pelo organismo, o que interfere no desenvolvimento intelectual da criança;
  • Fibrose cística: doença crônica que atinge os pulmões, pâncreas e o sistema digestivo e causa secreções pulmonares e má absorção intestinal;
  • Anemia falciforme: causada por uma alteração na estrutura da molécula de hemoglobina e compromete o transporte de oxigênio, provocando graves prejuízos a diferentes tecidos e órgãos;
  • Hiperplasia adrenal congênita: afeta o funcionamento das glândulas adrenais e pode influenciar no desenvolvimento sexual de meninos e meninas e na perda de sal.

Diagnóstico completo

Além do exame básico, é possível fazer o teste ampliado, que é oferecido de duas maneiras: o MAIS, que detecta as seis doenças do básico e outras quatro (a deficiência de G6PD, galactosemia, leucinose e toxoplasmose congênita); e o SUPER, que investiga 48 enfermidades (sendo dez delas inclusas nos pacotes básico e MAIS). Em 2016, também foi incorporada a triagem para Imunodeficiências Combinadas Graves (SCID) e Agamaglobulinemia (AGAMA), doenças genéticas em que as células de defesa T e B não são produzidas e nem os anticorpos para a proteção.

Esses exames ampliados são pagos e, se for necessário, os pais podem adquiri-los conversando com a própria maternidade ou entrando em contato com a APAE.

O teste do pezinho dói?

Algumas mães ficam com receio de que o pequeno que acabou de vir ao mundo possa sentir muito incômodo na hora da coleta, mas isso varia de acordo com a sensibilidade de cada recém-nascido. “O mais importante é que a prevenção está em primeiro lugar. Fazer o teste precocemente e, se necessário, colocar o bebê em um centro de tratamento da doença antes da manifestação dos sintomas são valores muito grandes, que fazem a picada valer a pena”, ressalta Sônia Hadachi.

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Além disso, é importante que os pais fiquem de olho no resultado do teste e o levem até o pediatra, para que ele faça uma avaliação. “A gente, na APAE, tem uma equipe que vai informar e avisar os pais, mas, mesmo assim, é importante que eles se preocupem com isso, conversem com o médico e levem o laudo na consulta”, completa a farmacêutica.

 

 

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