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O segundo filho e a tal multiplicação do amor de mãe

Uma mãe conta as alegrias e as dificuldades que surgem com a chegada do segundo filho.

Por Luísa Massa
Atualizado em 22 out 2016, 19h53 - Publicado em 30 jun 2015, 03h01

Melina Pockrandt, 29 anos, é mãe da Manuela, de 6 anos, e da Ana Júlia, de 7 meses, jornalista e idealizadora do blog Maternidade Simples. Aqui, ela fala sobre as alegrias e dificuldades que surgem quando o segundo filho nasce. Confira!

“Quando a Manuela nasceu, há seis anos, eu sequer cogitava a possibilidade de ter outro filho. Não apenas por causa do cansaço físico e emocional, mas também pelo amor que eu sentia por ela. Era tanto, tanto, tanto amor que eu não achava ‘justo’ ela ter que dividi-lo com outra criança. Parece maluquice, mas já conversei com outras mães que se sentem dessa maneira.

Há uns dois anos, eu percebi que já estava madura para ter um segundo filho e entendi que aquele ditado era verdade: ‘amor de mãe não divide, multiplica’. Compreendi que seria natural amar minhas duas filhas da mesma maneira, dar a elas o melhor de mim e tratá-las sempre como meus bebês. Pelo menos eu achava que seria natural!

Mas há sete meses a Ana Júlia nasceu e algo impressionante aconteceu: a Manuela pareceu chegar à adolescência. Ela parecia muito grande, com uma mão enorme perto da mãozinha da Juju; um pezão perto das bisnaguinhas do bebê; uma conversa muito mais madura comparada aos os choros de recém-nascido… Em outras palavras, minha filha mais velha cresceu.

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De fato, há benefícios: ela já toma banho, dorme, escova os dentes, liga e desliga a televisão, lê seus livros, brinca – faz tudo sozinha! Outro dia, até um pão com margarina ela fez! Enquanto isso, Ana Júlia não vive – literalmente – sem mim!

Só teve uma coisa que eu não percebi: a Manuela foi forçada a crescer. Algumas coisas ela precisou assumir sozinha porque eu não estava lá para fazer por e com ela! Mais do que isso, eu parei de notar que ela precisava, sim, de mim.

Manuela dorme sozinha? Sim. Mas ela tem 6 anos, quer uma história, um beijo de boa noite, um carinho, pode ter medo do escuro. Ela toma banho sozinha? Sim. Mas, além de ser um momento de higiene da criança, o banho é uma hora de conversar, rir e brincar comigo. Ela come sozinha? Sim. Mas alimentar é um ato de amor. Ela quer estar junto, estar perto, sentir-se amada com um prato divertido de vez em quando.

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Enfim, o que eu percebi é que comecei a cobrar muito da Manuela e, mais do que isso, passei a não dar a mesma atenção de antes. Tem dias em que ela vai dormir na minha mãe e eu não ligo nem uma vez para saber como ela está. Podem me julgar, eu sei, é muito feio!

Felizmente, eu percebi tudo isso e já entendi: comparando com a Ana Júlia, ela é realmente mais madura. Mas a Manuela continua sendo apenas uma criança. Ela quer e precisa de brincadeiras no chão, de ajuda na lição de casa, de atenção na hora da comida, de conversas sobre o seu dia e seus problemas, de segurança antes de dormir… Ela precisa do mesmo amor e atenção que eu dava para ela antes da Ana Júlia nascer. Do mesmo entusiasmo por cada descoberta. Da mesma dedicação nas atividades. Enfim, da mesma mãe que ela teve por mais cinco anos.

Existem muitas coisas que ficam mais fácil no segundo filho, mas outras ficam bem mais difíceis. Ser mãe de duas não tem sido nada fácil! Mas, como tudo na maternidade, a gente aprende, cresce e acaba tirando de letra. Esta é a minha esperança!”

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Depoimento publicado originalmente em dezembro de 2014

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