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Fertilidade em alta

Por Coluna
Dr. Maurício Chehin é doutor, médico colaborador do setor integrado de reprodução humana da Unifesp-EPM e especialista do Grupo Huntington, de São Paulo
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Como os exercícios físicos afetam a fertilidade masculina?

Tanto o excesso quanto a falta de atividades no dia a dia podem influenciar na qualidade dos espermatozoides. Entenda!

Por Da Redação
12 jun 2017, 17h47

Poluição, alimentação, roupas íntimas e outros hábitos impactam a qualidade dos espermatozoides, apontou Carlo Foresta, um dos maiores especialistas do mundo em fertilidade masculina, durante sua visita ao Brasil. O italiano foi um dos mais de 700 profissionais da área a participar do 2º Congresso Internacional Huntington de Reprodução Humana, que aconteceu no fim de maio de 2017.

Em uma de suas palestras, Foresta reforçou a relação direta entre estilo de vida e a formação dos espermatozoides. E, portanto, dos efeitos do ambiente e das escolhas cotidianas na fertilidade masculina. 

A revista Reproduction publicou uma pesquisa, em dezembro de 2016, com resultados do efeito de diferentes tipos de exercícios na qualidade do sêmen: apenas alguns meses de atividades físicas fizeram bastante diferença. Foram estudados 397 homens submetidos a treinamentos contínuos e de intervalo de alta e moderada intensidade. O que se observou foi a melhora na qualidade do sêmen e na integridade do DNA do espermatozoide, principalmente no caso dos exercícios contínuos de intensidade moderada.

A importância dessa descoberta se dá pela influência da qualidade espermática nas chances de se conceber um filho. Espermatozoides de má qualidade e DNA fragmentado (uma fragilidade no código genético), estão ligados a maiores riscos de abortos espontâneos, defeitos congênitos e até a gestações de menor duração. Ou seja, quanto melhor a qualidade dos espermatozoides, maiores são as chances de se conseguir ter filhos. 

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Embora essa seja uma boa notícia e, também, coloque em nossas mãos o poder de melhorar nossos gametas e realizar o sonho da paternidade, é preciso ter equilíbrio com a prática: o excesso de exercícios pode colocar a fertilidade em risco.

Ciclismo e automobilismo, por exemplo, ameaçam a fertilidade por causarem pequenos traumas repetitivos nos testículos, inclusive em esportes com risco de impacto – como artes marciais –, e por aquecerem a região pélvica. Isso é um problema porque os testículos são exteriorizados justamente para que tenham uma temperatura mais baixa do que os órgãos internos, e a qualidade, quantidade e movimentação dos espermatozoides dependem também dessa condição para serem mantidos em bons níveis. 

Além disso, quando a busca por melhores resultados nas práticas esportivas está associada ao uso de anabolizantes, a complicação é ainda maior. A testosterona sintética bloqueia a produção de espermatozoides e a alta dose do hormônio no corpo pode ocasionar a diminuição dos testículos. Felizmente, o organismo pode voltar ao normal após pelo menos três meses sem o uso da substância. A conclusão é a mesma para tudo na vida: equilíbrio é a chave.

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Dr. Maurício Chehin

É doutor, médico colaborador do setor integrado de reprodução humana da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) e especialista do Grupo Huntington, de São Paulo

 

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