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Novos estudos apontam benefícios da amamentação para as mães

Além de prevenir alguns tipos de câncer, o aleitamento materno também pode amenizar as dores que aparecem depois da cesárea.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 10 jun 2017, 20h05 - Publicado em 10 jun 2017, 20h04

Uma grande pesquisa com mais de 26 mil mulheres confirmou uma associação feita há tempos pela ciência: mulheres que amamentam tem menos risco de desenvolver câncer de endométrio. O trabalho, coordenado pela Universidade de Brisbane, na Austrália, reuniu dados de cinco países e concluiu que, entre as mulheres que já tinham sido lactantes, houve um risco 11% menor de desenvolver tumores na parede do útero.

A proteção vem da queda na produção do estrogênio durante a amamentação. “O organismo diminui esse hormônio para garantir que o leite continue sendo produzido, e o câncer de endométrio, assim como o de mama, está ligado à exposição do organismo a essa substância”, explica Ricardo Luba, ginecologista do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros, em São Paulo.

Com menos estrogênio em circulação, o corpo da mãe é poupado por um tempo de uma exposição que pode levar também ao câncer de mama — essa relação sim, já bem estabelecida pela ciência. “O fato de diminuir a produção ainda que por alguns meses ajuda a atrasar o surgimento ou mesmo reduzir a incidência dessas doenças”, completa o médico. No estudo australiano, o benefício foi mais significativo em mulheres que amamentaram por seis meses.

Mais peito, menos dor

Fora a proteção anti-tumores, uma pesquisa divulgada nesta semana revelou que a amamentação pode ainda atenuar as dores que as mães sentem depois da cesárea. O grupo de cientistas do Hospital Universitário Nuestra Señora de Valme, em Sevilha, na Espanha, chegou a essa conclusão depois de analisar 185 mulheres que fizeram cesariana.

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Entre as que tinham amamentado por menos de dois meses, 25% apresentava dor na região da cirurgia por até quatro meses depois do parto. Já entre o grupo que amamentou por mais de dois meses, o índice de incômodo caiu para 8%.

O trabalho, publicado nesta semana pela Sociedade Europeia de Anestesiologia, é um dos poucos a explorar esse possível efeito analgésico. Por isso, ainda não dá para explicar o porquê do benefício. O que os autores investigam agora é se a ansiedade, que pode dar as caras durante os possíveis percalços do aleitamento, teria alguma influência no manejo e no surgimento da dor.

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