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Ministério da Saúde inicia campanha de doação de leite materno

Hoje, 40% dos bebês internados nas UTIs neonatais não contam com o leite humano na sua alimentação.

Por Luísa Massa
Atualizado em 16 Maio 2017, 17h51 - Publicado em 16 Maio 2017, 16h12

O leite materno é o melhor alimento que o bebê pode receber nos primeiros anos: ele é rico em nutrientes e previne doenças como diarreia e infecções respiratórias. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a amamentação seja exclusiva até os seis meses de vida e complementada por outros alimentos até os dois anos ou mais.

Infelizmente, não são todas as crianças que conseguem ser amamentadas no início da vida. No Brasil, dos 3 milhões de bebês que nascem por ano, 332 mil são prematuros ou chegam ao mundo abaixo do peso (com menos de 2,5 kg). A maioria deles fica internado por um tempo e, nesses casos, o leite materno tem um papel fundamental, pois reduz a mortalidade infantil em 13%.

Com o intuito de conscientizar a população e convocar novas voluntárias, o Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira, 16, a campanha Doe Leite Materno. Ricardo Barros, ministro da Saúde, destacou que o nosso país é referência mundial no assunto, apresentando 221 bancos de leite e 186 postos de coleta – que foram responsáveis por beneficiar mais de 1,8 milhão de crianças entre os anos de 2009 e 2016. Apesar desses números, atualmente a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH) consegue suprir apenas 60% da demanda para os recém-nascidos que estão na UTI. “Espero que no próximo ano possamos comemorar um avanço no número de doações e bebês beneficiados. Doar leite humano é salvar vidas”, reforçou o ministro.

Durante o lançamento do projeto, a atriz Maria Paula, que também é embaixadora da rBLH, se pronunciou sobre a questão: “A maternidade foi um divisor na minha vida. De artista, me transformei em ativista deste projeto tão maravilhoso que salva vidas. Doar leite materno possibilita que os bebês prematuros tenham sua vida preservada. Se todas as mães doarem um pouquinho do seu leite, a gente consegue mudar o mundo em apenas uma geração”.

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Diferente do que alguns pensam, qualquer quantidade de leite materno é válida e pode ser aproveitada pelos bebês. Além disso, toda mulher que amamenta – e possui uma vida saudável e não toma medicações que interferem nessa questão – pode ser uma doadora. Para fazer isso, o ideal é que ela procure um banco de leite humano ou tire as suas dúvidas no Disque Saúde, no número 136.

Na hora de fazer a extração, a mamãe deve lavar bem as mãos e mamas, colocar uma touca nos cabelos e tampar o nariz e a boca com uma máscara. Vale lembrar que o leite humano pode ser armazenado no freezer por até 10 dias e, após esse tempo, ele deve ser encaminhado para um banco de leite, que fará o controle de qualidade necessário até oferecê-lo para outra criança. Confira, passo a passo, as orientações do Ministério Saúde para fazer a coleta correta do leite materno:

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